8 de janeiro de 2014

Eternidade!

Há certas situações na vida que não gosto mesmo de ser português, peço desculpa aos mais patriotas pelas minhas palavras mas sou um gajo muito sentimental e não escondo o que eu penso. Mas há outras  situações que sinto orgulho de o ser e uma delas é os símbolos do nosso pais que os meus país me ensinaram a ter esse orgulho e aprendi com a vida a venerar esses mesmo ídolos, como por exemplo a Amália. Nos últimos dias e por várias vezes me emocionei e verti lágrimas com a morte e as diversas homenagens ao Eusébio que infelizmente nos deixou em vida, mas para sempre será um símbolo não do Benfica ou de outro clube qualquer, mas de Portugal e da própria humanidade. Ê realmente um rei do Futebol dos poucos que existem, mas a gigantesca humildade da sua pessoa deixou marca em todos nós portugueses e por esse mundo fora, por isso espero que os políticos destes pais lhe façam a ultima  homenagem e daqui a um ano possam colocar os seus restos mortais no panteão. Deixo aqui a minha homenagem a um homem que é um símbolo para mim, obrigado Eusébio por seres o que és para mim, eterno!


Eterno King!NT

30 de dezembro de 2013

3 dias em Marrocos!

O ano está a chegar ao fim e com Portugal na boca do mundo das ondas por causa dos super swells e das grandes sessões da Nazaré com tamanhos xxl e outras sessões por esse nosso pais a fora desde o fim de Setembro. Com vários dias por gozar de férias desde o final de Setembro tinha já decidido não fazer grandes viagens, mas sim fazer rápidas incursões junto a spots perto de Portugal, spots que nunca apanhei clássicos mas que sempre despertaram a minha curiosidade. Final de Outubro com um novo swell a chegar com mau tempo e com as previsões por toda a Europa a apontar má ondas, virei-me mesmo para Marrocos mais precisamente para a zona de Agadir onde as previsões eram boas, zona que há muitos anos que andava para visitar. Sabia que ali é terra de muitos Bodyboarders e de muitos point breaks, chegando na hora do voo para Agadir encontro-me com uma turminha de surfistas brasileiros onde constava o Adriano de Sousa e o Paulo Barcelos em trabalho, como mais uns surfistas tugas que tinham visto o mesmo que eu nas previsões, era sinal que ia bombar umas ondas.
Viagem de só três dias aluguei um carro para poder surfar o maior numero de picos, fiquei hospedado no centro de Tazaghout no La Point Surf camp junto com a turminha do surf. Acordei cedo com a reza muçulmana, nem tomei o pequeno almoço e já guiava com o sol a nascer e as ondas a bombarem, segui para norte e 20 minutos depois já estava nos famosos pointb
reaks que ainda estavam meio adormecidos, fiz um rápido reconhecimento em todos picos e vi logo ali alto potencial de picos com mar grande ou pequeno e um beach break com muito bom aspecto. Acabei por surfar em Killers com o mar a subir com  sets de 5 a 7 pés a bombar, a onda era mais para surf, mas como cresci na terra dos point breaks gosto muito deste tipo de ondas, compridas e com algumas sessões tubulares, acho que é nestas ondas que se aprende a linha de onda dum bom bodyboarder. Surfei 3 horas até o vento mudar e estar grande demais para o pico, mas curti ali umas ondas e o pico têm mesmo grande aspecto, apesar da entrada e saida ser um tanto perigosa, esta surfada ainda teve o aliciante de ver um top do CT a partir a loiça toda.
Com o calor a fazer-se sentir e a chegar aos 35 graus, voltei á zona do surf camp e acabei por surfar em Anchor Point e ao fim do dia em Mistery Point todas ondas compridas mas a última mais para Bodyboard com umas boas sessões para voar, curti em especial esta onda e se tivesse surfado de maré vazia teria apanhado melhores ondas, aquele primeiro dia foi produtivo com altas ondas e com um por do sol africano magnfico.
Depois de um belo jantar marroquino, no centro de Tazaghout, que é um tipo uma mistura de surf city com uma aldeia marroquina, fui cedo para a cama para fazer nova matinal. O mar mantinha-se grande no dia seguinte e conduzi mais para norte para uma bela vila piscatória chamada Essaouri o qual é famosa uma foto com umas longas direitas que aqui apresento, ao chegar chamou-me atenção logo a direita do porto, onda mole mas longa onde muitas escolas de surf davam as suas aulas, pelo menos vai dar para fazer um drop knee fun pensei eu.
Ao chegar-me ao molhe que protegia o porto dou de caras com outra direita animal tipo slab que está numa das minhas fotos, nem olhei para trás e entrei logo, mas ao chegar ao pico e já com a vila toda a olhar para mim, vi realmente porque ninguém surfava por lá, uma onda muito rasa e mesmo com a maré a encher sentia-se o power da onda a bater no fundo, estava perfeito mas muito animal, não me sentia nada confortável, lá está como no Tahiti, precisava sempre da muleta que são os nossos amigos nestes dias. Ainda dropei duas bombas de 6 pés mas parti-me todo no fundo, nada de grave e apanhei uma terceira que deu para fazer um belo chapéu e sair meio triste porque não surfei como eu queria, mas ficou na memória esta onda. Já era hora do almoço e então decidi ir á procura de outras ondas, quando me deparo no outro lado da vila mais a norte um certo crowd numa direita meio mole, era o outro grupo de brasileiros que estava em Marrocos entre eles o Pedro Scooby (uns dias depois iria surfar aqueles monstros na Praia Norte), fiquei por ali a ver as ondas que pareciam moles, afinal era alta direita com um arranque para um bom tubo e com uma grande rampa no final, entrei logo e mesmo com o mar um pouco mexido deu para surfar durante 3 horas com uns locais e os brazucas, curti a onda era mais curta e melhor para Bodyboard deu para sair satisfeito com a surfada e com mais uma onda no papo.
Segui para sul no final do dia e ainda fui fazer o sunset á mesma onda do primeiro dia, fiquei exausto com aquele dia e depois de mais um belo jantar, ainda iria dar para fazer uma matinal rapida antes de seguir para Portugal. Acordei bem cedo e o mar tinha descido mesmo muito, acabei apenas por ver as ondas e segui para o aeroporto, mas como em Marrocos há sempre imprevistos e eu ainda não tinha tido nenhum, na viagem até ao aeroporto lá fui parado duas vezes em operações stop na e o Ronaldo é que me salvou, cheguei em cima do voo, não me quiseram fazer o check in internacional directo para Lisboa por chegar atrasado e assim iria fazer escala em Casablanca com apenas uma hora de intervalo entre voos, passar dois controles passaportes, voltar a fazer check in e controle de passaporte outra vez, cheguei ao voo e bati á porta do avião e lá abriram, só em Marrocos!!!
Agadir é mesmo terra de boas ondas, point breaks e pelo que vi há por lá umas belas lages para serem descobertas e é um destino barato mesmo aqui ao lado.
O necessário para fazer uma incursão rápida(3 dias) por terras marroquinas, passaporte válido, algum sentido de desenrascanço, 350 euros de passagem area em cima da hora, 100 euros aluguer carro, 100 euros estadia, 60 euros comida e muito humor e vontade de remar nas ondas marroquinas.
Bom ano e boas ondas.Nuno Trovão















28 de dezembro de 2013

Dizem que o amor é uma das maiores armas que um ser humano têm, não será mesmo a amizade?

Isto de ter tido a ideia de fazer um livro sobre 20 anos duma Associação têm coisas engraçadas e muitas  vezes nos encontramos a ler determinados textos e contributos do qual as emoções e o sentido de amizade com determinadas pessoas deixa-nos orgulhoso das pessoas que nos transformamos  nestes 20 anos. Tenho orgulho dos meus amigos, grandes pessoas, grandes macacos e acima de tudo verdadeiros amigos e hoje neste mundo que vivemos isso são coisas que nenhum dinheiro paga. Curioso que os textos que li e que o qual me emocionei bastante(acho que aquele livro vai mesmo emocionar muita gente) foram talvez os dois escritos no céu literalmente(um ia num voo para Argentina o outro para o Brasil) por grandes amigos meus, ambos iam na procura incessante pela felicidade das suas vidas, um com a sua família o outro a ser ele mesmo:)
Não posso deixar aqui ambos os textos, em Abril serão revelados, deixarei apenas um pequeno excerto que me servirá para agradecer a amizade dos meus amigos. 

"O tal rapaz com olhar pesado e de uma sobrancelha só (também padeço do mesmo) revelou-se uma pessoa de grande coração e sensibilidade, de feitio difícil, por vezes intratável, mas com quem acabei por, eventualmente, fazer uma amizade que mantenho até hoje. Abriu-me as portas da sua casa e de todo o seu mundo. Com ele partilhei inúmeros momentos memoráveis de que destaco o Nascimento do meu (primeira) filho. Através dele conheci essa grande família de irmãos mais velhos e mais novos, que troca os V's pelos B's, 4 gerações de um puro sentimento fraterno. Com alguns deles voltei a cruzar-me mais tarde na vida e passados largos anos do nosso último encontro foi/é como não passasse tempo nenhum. Sinto que onde quer que haja um figueirence ou Vuarqueiro haverá sempre uma Caixa cheia de grandes memórias, uma espécie de Natal sem época que existe numa dimensão paralela, longe do stress profissional, dos compromissos inadiáveis, das loucuras desta vida e da próxima.

Bem hajas Nuno e todos os teus/meus Amigos da Figueira, último reduto do genuíno Espírito dos Heróis do Mar…"

By Miguel Pires

Esta foto foi tirada algures no Canal do Panama há 12 anos atrás noutros tempos onde os nossos corações estavam ocupados com outras pessoas, mas a amizade estava ocupada para sempre puto, obrigado gordo!:)))

Dizem que o amor é uma das maiores armas que um ser humano têm, não será mesmo a amizade???:))

A vida é bela!NT 

20 de novembro de 2013

Um livro que custou 20 anos a fazer e que continuará a ser escrito!

Em Março de 2014 vai-se comemorar os 20 anos da fundação da Ass. Bodyboard Foz Mondego, com o lançamento de um livro, uma exposição fotográfica e com uma gala ainda com sitio por confirmar.

Com isto venho pedir a todos meus amigos, inimigos, simpatizantes da ABFM, bodyboarders, surfistas e paddle boarders que queiram contribuir com uma história ou relato e fotos sobre a Associação e o Bodyboard figueirense para figurar no livro, MANDEM OS VOSSOS CONTRIBUTOS PARA ESTE EMAIL DA ABFM figueirabodyboard@gmail.com OU DIRECTAMENTE PARA OS LIDERES DO PROJECTO DO LIVRO.
Quem se quiser juntar ás diversas reuniões das 4 gerações sobre o encaminhamento do livro é favor contactar as pessoas embaixo.

A conhecimento:

Líder do projecto João Serpa
Assistente de produção Pedro Cruz
Coordenador João Traveira

Lider por geração de Bodyboarders

1ª geração-todos sócios fundadores
2ª geração-Luis Pereira e João Traveira
3ª geração-Jaime Jesus e André Jacaré
4ª geração-Miguel Adão e Pedro Cruz

Esperemos que todos mas mesmo todos dêem o seu contributo precioso para mais uma vez fortalecermos o nosso espírito de união e amor ao nosso desporto.Obrigado

28 de agosto de 2013

O swell gigante parte 1

Grande e grosso!


Ao fim duma semana no Tahiti e com dois dias de flat consecutivos, começa aparecer nas previsões um super swell igual ao do principio de Maio que fez furor no mundo das ondas. Para minha surpresa as mensagens de Portugal eram bastantes a incentivar-me para apanhar umas bem grandes, eu estava mais relaxado do que nunca, não sabia bem o que deveria pensar daquilo tudo e se estaria contente ou não com aquele swell.

Com a chegada deste swell a atmosfera  na tranquilidade da zona de Teahupoo é um pouco alterada, acho que toda gente sente ali um pouco a pressão dum swell daquela magnitude e sabe-se logo que os voos da Australia e Hawaii estão cheios porque os big riders vêm todos para o Tahiti, começa-se a tirar as motas de água das garagens e a preparar as cordas, o ar fica pesado no meio do paraíso.

O Bernardo Jeronimo que estava no Chile, dizia-me que já estava de olho no swell e que para eu ter calma e me preparar que vinha lá coisa grossa, sim lá razão ele tinha, coisa da grossa mesma. No dia seguinte uma 5ª feira ao fim do dia já se fazia sentir a entrada da ondulação, 3 a 4 pés classico em Teahupoo num grande final de tarde. 6ª feira de madrugada aquela tensão no ar do swell era enorme e o meu estado de espirito tinha-se alterado, estava realmente a ficar ansioso e sabia que não iria estar preparado para glo daquela magnitude, algo grande se aproximava e era mais um dia especial. 

È preciso um coisas destas no Tahiti
Nessa 6ª feira cheguei cedo ao estacionamento e 6 a 8 pés de ondas perfeitas já partiam com aquela força descomunal na bancada, enquanto me preparava chega o Garret Macnamara que para minha surpresa me reconheceu e me comprimentou. Entretanto já remava para o pico e já via aqueles bafos gigantes, lá surfei umas 3 horas com o mar a subir até aos 10 pés e com alguns bodyboarders americanos de San Diego a apanharem umas bombas, muda o vento e o surf fica impossivel, deu para ganhar ritmo neste dia e fazer um dos melhores tubos da viagem que por acaso consegui resistar na go pro, mas também deu para ver ali que não estava nada bem preparado para aquelas ondas e faltava ali algo para eu fazer umas bombas.

O resto do dia o super swell não parava de subir e o barulho do mar era imenso, decidir alterar a minha reserva do hotel em Moorea para ficar para este swell, o Thibo um bodyboarder Tahitiano que é apoiado pela Refresh dizia-me por telefone que no dia seguinte iria estar de gala e muito grande em Sapinius e para eu aparecer por lá. Sabia que em Teahupoo iria estar gigante demais para entrar a remar e como a tow in estava sem treino decidi então acordar bem cedo e ir para Sapinius e ir de encontro ás ondas mais pesadas que já vi e senti na vida, sabia que aquele seria o dia.


Maruruo! NT

30 de julho de 2013

A diferença de há 7 anos para cá.


Sinceramente pouco ou nada mudou, naquilo que vi há sete anos atrás quando estive no Tahiti pela primeira vez. A grande diferença é ver o triplo de Bodyboarders na água e o Bodyboard a crescer e muito, em número de praticantes e adeptos. Sentir que o nosso desporto ali é muito respeitado e não haver rivalidades algumas entre outros desportos de ondas.
As ondas estão iguais a si próprias, mais crowd certamente, mas mesmo em Teahupoo onde está o circo todo, o respeito característico daquelas águas e dos seus locais é enorme por todos que estão ali a surfar, espera-se pela sua vez mas não podemos deixar de ir nas ondas mesmo que seja uma daquelas bem animais, vê-se o apoio de toda gente para dropares a onda da tua vida. Muito importante quando chegas ao pico cumprimentar todos pessoalmente em especial os locais, porque eles fazem questão de te dar um cumprimento pessoal.
As pessoas estão iguais a si mesmas, simpatia, respeito e humildade pura, principalmente fora de Papeete, na zona de Teahupoo/Vairao onde eu fiquei instalado em casa duma familia, ao fim de uns dias já toda gente te conhecia e dizia olá como vivesses ali há anos. Naquela zona do Tahiti onde as tradições de família estão mais enraizadas tudo está na mesma, as casas, a aldeia que é Teahupoo, os cafés, as marinas e até os mesmos os barcos que te levam para o pico em troca de alguns francos polinésios estão todos na mesma. Até a bela cerveja Hinano está na mesma, mas uma coisa que está diferente é a beleza das ilhas e a sua natureza, está mais refinada, mais doce e ao mesmo tempo mais bela, paraíso.

















Maruro.
NT

12 de julho de 2013

A viagem propriamente dita.



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Ê muito complicado viajar para o Tahiti,  mesmo para um português que tenha uma vida estável como eu, precisa-se pelo menos um ano e meio a dois anos para poder angariar o dinheirinho suficiente para uma viagem como esta,  o Tahiti é mesmo caro e longe. Apesar de desta vez ter tido alguns pequenos luxos durante a viagem foi com muito custo que consegui ir, abdiquei de muita coisa da minha vida, de estar com os amigos, de sair a noite ou de andar pelo pais e pela Europa atrás de ondas boas neste último Inverno e outras coisas mais. Como o meu amigo Miguel Pires me disse quando já estava no Tahiti, “ora aqui está um gajo que aquilo que promete,  faz!!!” Epá o pais está em crise e tal, sim claro que está, mas se nos organizarmos de tal forma e termos este objectivo conseguimos, porque tudo é possível na vida, felizmente trabalhei no duro e voltei a conseguir.
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 Entrei num avião em Lisboa ás 6 da manhã e cheguei no mesmo dia ao Tahiti ás 10 da noite, depois de 3 aviões, 23 horas dentro deles e 2 escalas, uma em Paris e outra em LA, pelo meio muita paciência no check in em Lisboa, voar no novo Airbus de 2 andares(igual aos outros  e desculpem mas não sei o nome do raio do avião, mas é um grande pássaro), ver 6 episódios duma série no pc, 2 filmes, muita comida de plástico, aturar a prepotência dos americanos em novo check in e controlo de emigração em LA mesmo que apenas tivesse em trânsito, mas embarcar naquele último avião da Tahiti Nui já me deu um cheirinho do paraíso e aquelas ultimas 8 horas de viagem foram num estante. Sai do avião e aquele calor com humidade natural dos trópicos(30 graus ás dez da noite) misturado com o cheiro adocicado que o ar do Tahiti é tão natural,  entranhou-se logo nas minhas narinas e lá soltei um sorriso e disse para mim, LINDO cheguei.  Fui levantar o carro alugado e ainda me esperava mais 50 km de carro até Teahupoo o fim da estrada dizem por lá, mas se na Europa se faz em meia hora os 50 km no Tahiti faz-se em 1.15h já que existe apenas uma estrada sempre junto ao mar, exausto lá cheguei a casa do Marama, surfista local e policia de profissão onde iria ficar nas próximas semanas, cheguei porra!
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Maruro!NT